Descoberta em 1982, a rádio de ondas curtas chamada UVB-76 transmite sons muito estranhos e sem sentido aparente. O som que a rádio transmite é vibrante, dura 0.8 segundos e se repete de 21 a 34 vezes por minuto, todos os dias.
Um minuto antes de cada hora, o tom de repetição é trocado por um tom contínuo. Entre as 07:00 e 07:50, a estação abaixa o consumo de energia e é quando, aparentemente, a manutenção do transmissor acontece.
Um minuto antes de cada hora, o tom de repetição é trocado por um tom contínuo. Entre as 07:00 e 07:50, a estação abaixa o consumo de energia e é quando, aparentemente, a manutenção do transmissor acontece.
Desde de sua descoberta, a rádio emitia um repetitivo “bip” de dois segundos. Nos anos 90 foi substituído para uma campainha. Logo depois, trocaram para um tom mais alto e de duração maior, até que em janeiro de 2003, a rádio voltou a emitir o tom anterior. No dia 05/06/2010, a rádio ficou inoperante por 24 horas. Cinco dias depois, vários códigos morse foram transmitidos por cerca de 4 minutos.
O objetivo da estação não foi confirmado por funcionários do governo ou de transmissão. Algumas teorias sugerem que a transmissão está constantemente a ser ouvida por comissariados militares, outras dizem respeito a um observatório mudanças de medição na ionosfera por transmitir um sinal de 4625 kHz. No entanto, isso não explica as mensagens de voz.
Após um longo tempo de pesquisa, alguns grupos de investigação amadora da UVB-76 descobriram que o sinal estavam emanando de um gorodok voyenni perto da aldeia de Povarovo e, muito raramente, talvez uma vez a cada poucas semanas, a monotonia era quebrada por uma voz masculina recitando breves sequências de números e palavras, muitas vezes sequências de nomes russos: “Anna, Nikolai, Ivan, Tatyana, Roman…”
Até 2010 as transmissões da UVB-76 eram realizadas de um local próximo à Povarovo, uma cidade fechada russa que fica a menos de 40 km de Moscou. Em setembro de 2010, transmissor da estação foi transferido para perto da cidade de Pskov, situada no noroeste da Rússia, a 70 km a leste da fronteira com a Estônia, e que possui pouco mais de 202.000 habitantes. Essa alteração na localização do transmissor pode ter sido realizada devido à reorganização das forças armadas russas.
Em 2011, um grupo de exploradores urbanos explorou os edifícios abandonados em Povarovo e afirmam que se tratava de uma base militar abandonada. Um suposto registro de transmissões de rádio foi encontrado, confirmando o possível funcionamento de um transmissor no local
Parte do mistério da estação UVB-76 é que ela ainda existe. Nenhuma das grandes mudanças que marcaram a Rússia na última década, desde a Guerra Fria, as duas primeiras décadas do pós-guerra fria, a era Gorbachev, a Perestroika , o fim da guerra no Afeganistão, a implosão soviética, o período Boris Yeltsin, o bombardeio do parlamento, a primeira guerra da Chechênia, os oligarcas, a crise financeira, a segunda guerra da Chechênia, a ascensão do Puttinismo… Tudo isso passou, o país sofreu profundas transforações em diversos níveis, mas a UVB-76 permaneceu uma perturbadora constante, sem maiores alterações, para espanto do insondável grupo de entusiastas de rádios de ondas curtas, que sintonizaram e vem documentando quase todos os sinais que são transmitidos. Embora a campainha (como eles apelidaram) sempre foi uma incógnita, foi também uma constante reconfortante, zumbindo com um obscuro, metrônomo através das décadas.
Conforme o tempo passa, o mistério só aumenta. E entre os diversos mistérios envolvidos nessa radio, um dos que eu acho talvez o maior é: por que? As pessoas se concentram no “pra que?” mas o “por que” também não se explica. Se são mensagens cifradas, qual a razão de usar um método tão arcaico quanto ondas curtas, que viajam pela ionosfera e precisam de quantidades BRUTAIS de energia? Fica caríssimo manter isso, ainda mais por mais de três décadas! Uma transmissão via satélite militar geoestacionário seria mais barata e mais fácil.
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